12 de outubro de 2024
Abime
Inovação

Ensino híbrido é só mais um passo de um caminho sem volta

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Foto: Freepik

Leo Burd e Lilian Bacich discutiram Ensino híbrido, desafios e propostas para a modalidade, em plenária na Jornada Bett Online

“O caminho que estamos tomando hoje não tem mais volta”, refletiu Lilian Bacich, doutora em psicologia escolar, sobre os novos rumos da educação frente à pandemia da covid-19. Juntamente com Leo Burd, diretor e cofundador da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa (RBAC), a plenária dessa quarta-feira, 12, da 2ª Jornada Bett Online, discutiu os desafios e as possíveis abordagens educativas para o ensino híbrido, principalmente neste momento em que estudantes e professores passam a voltar gradualmente para a sala de aula.

A principal defesa dos ministrantes dentro do tema, é a integração do digital com o presencial (que é o grande mote do ensino híbrido) unindo o melhor dos dois mundos. Sendo assim, o que pode ser iniciado no âmbito digital, utilizando recursos como vídeos, games e quizzes, deve ser continuado na hora de passar para o presencial por meio da argumentação, da troca e da relação entre as pessoas. Nessa fase, um potencial mais amplo é o professor estar voltado para a resolução de problemas e colocar em xeque esse conhecimento que o aluno adquiriu virtualmente.

Leo Burd ensino híbrido

Leo Burd é pesquisador no MIT (foto: divulgação)

Empatia e criatividade é fundamental

Leo Burd trouxe alguns exemplos do que alguns professores já estão realizando dentro da modalidade, frisando que a importância da aprendizagem criativa está em olhar para o lado humano (o aluno) e o ambiente em que ele está inserido, utilizando-se assim das ferramentas que estão à disposição. Em alguns exemplos, professores usaram softwares e demais recursos tecnológicos para engajar e receber relatórios de desempenho de seus alunos. Em outro caso, uma professora de matemática criou um bingo como atividade para melhorar o desempenho da aprendizagem nessa disciplina geralmente vista com hesitação.

“O exercício da aprendizagem permite que exploremos o desconhecido. E isso só é possível com confiança em si e em quem está ao redor, que neste caso é o professor”, declarou Burd, fomentando a importância de fortalecer a relação entre professor e aluno nesse processo.

“É importante entender quem é o aluno e, a partir da sua realidade, pensar que tipo de experiência vai fazer sentido, criando um roteiro de atividades que envolvam seu ambiente e sua família, isso não só do ensino híbrido, mas mesmo no ensino presencial”, enfatizou Bacich.

ensino híbrido

Bacich é referência em educação híbrida (foto: reprodução)

Corroborando com a fala, uma educadora se manifestou no chat dizendo que escola e família devem caminhar juntas. A ideia de que a família é uma parte importante e que deve ser considerada na educação híbrida, tanto para incentivar os estudos e realização das atividades, quanto para participar junto com elas colocando a mão na massa ou mesmo criando e permitindo um espaço para explorar esse momento, foi um consenso.

Os três principais elementos para se pensar ensino híbrido

Coerência, abrangência e continuidade foram apontadas por Burd e Bacich como pontos relevantes a serem considerados nessa abordagem. Coerência ao se tratar principalmente da avaliação. O educador deve questionar-se sobre o que é mais coerente a ser avaliado a partir do que foi proposto, considerando que para projetos criativos, exige-se critérios diferentes de avaliação. Abrangência no sentido de objetividade e finalidade da atividade; e por fim, continuidade: “não adianta deixar o feedback para o aluno ao final do bimestre, mas sempre que houver oportunidade, como por exemplo, durante o andamento das atividades”, disse Bacich.

Fonte: Revista Educação

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