via Repórter Diário
A Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Profª Annita Magrini Guedes, em São Bernardo, é uma das 20 escolas do Brasil selecionadas para a fase final do prêmio Educar para Transformar, promovido pelo Instituto MRV, que tem como objetivo premiar iniciativas inovadoras em ambiente escolar. Da região, a escola de São Bernardo é a única a concorrer ao prêmio de R$ 30 mil.
Com o projeto Me Chama que eu Vou, professores e a direção vão montar um espaço maker na instituição, local que propicie aprendizagem criativa no qual alunos possam alinhar aprendizado teórico com prático. De acordo com José David, diretor da Emeb há 10 anos, a ideia é transformar a escola, cada vez mais, em um ambiente atrativo para as crianças. “Essa é uma preocupação nossa antes do concurso […] a escola deve ser atraente, não repelente”, afirma.
Ainda de acordo com o diretor, este tipo de iniciativa promove maior integração e comprometimento das crianças com projetos desenvolvidos em sala de aula, o que permite assimilação melhor e mais afetiva do conteúdo passado, sem que o ensinamento fique restrito à sala de aula, cadernos e aos livros. Para que se entenda a importância dessa mudança na forma de aprender, Sousa propõe reflexão: “o que você se lembra da sua vida na escola? Você se lembra do que fez, não do que te contaram”, reflete.
Além do espaço maker, a escola conta com lago de carpas, meliponário – criação de abelhas sem ferrão-, horta, viveiro de mudas e outros espaços que aliam vivência prática e aprendizado teórico. Com relação à receptividade de pais e responsáveis aos novos espaços de ensino, o diretor afirma que o retorno tem sido positivo, e que a diferença no rendimento do aluno é sentida em casa, principalmente quando os estudantes chegam em casa e compartilham o que viram na escola. Independente do resultado final do prêmio, Sousa conta que o mais importante é ampliar a aplicação das ideias e, assim, incentivar cada vez mais os alunos a participarem do ambiente escolar de maneira ativa. “Queremos ampliar nossa rede e mostrar nosso trabalho”, reforça.
Na sala de aula
Dentro da sala de aula, a diferença no comportamento dos alunos depois da implantação das iniciativas, já é sentida pelos professores. De acordo com Maria Aparecida Ponciano Dinato, professora em São Bernardo há 19 anos, e há oito na Emeb Profª Annita, a existência dos espaços ajudou a melhorar a interação e frequência dos alunos em sala de aula. “Ampliam a forma como a criança trabalha […] um espaço com coisas para ver, pegar e experimentar faz toda a diferença”, afirma.
A colega de trabalho, Marisa Cuzziol de Carvalho, professora de apoio ao programa pedagógico (PAPP-T), que atua no laboratório de informática, espaço que será ampliado no projeto novo, conta que as expectativas dos alunos em relação às mudanças está elevada, principalmente porque as aulas no laboratório já são bastante queridas pelos alunos e aguardadas durante a semana. “Quando você mostra a eles [o projeto, a ideia], se entusiasmam”, diz.
Para conhecer o projeto da Emeb Profª Annita Magrini Guedes, basta entrar no site do Instituto MRV. Os dez vencedores serão apresentados para o público no dia 18 de junho e recebem o prêmio no valor de R$ 30 mil. Procurado, o Instituto MRV preferiu não se pronunciar sobre o Prêmio para manter a imparcialidade na votação.
Outros prêmios
Além de estar entre os finalistas do Prêmio Educar para Transformar, a EMEB Profª Annita Magrini Guedes foi destaque em duas premiações com o projeto Em busca de uma escola sustentável. Em 2018, a instituição de ensino foi vencedora no Prêmio Desafio 2030, categoria Ensino Fundamental I. A premiação fez parte da programação da Virada Sustentável SP. Já em 2017, a escola foi a única representante do Estado de São Paulo entre os finalistas do Prêmio ANA, organizado pela Agência Nacional de Águas, que premiou projetos de todo o país que combatem poluição, desperdício de água e contribuem para a gestão e uso sustentável dos recursos hídricos. A premiação contou com 612 instituições divididas em nove categorias.
Outras oito escolas municipais de São Bernardo recebem investimento em ações de aprendizagem criativa e educação maker, por meio do Programa de Repasse às APMs (Associação de Pais e Mestres). Recursos também foram investidos nas 182 escolas da rede municipal para compra de materiais. Em 2019, investimento total no Programa de Aprendizagem Criativa é de R$ 1,8 milhão.
Fonte: Repórter Diário | https://www.reporterdiario.com.br