Questionários, gincanas, teatro, paródias e mesa redonda foram algumas das atividades desenvolvidas pelo Projeto Antibullying
via Por Vir
Além de ensinar os conteúdos aos alunos, nós também achamos muito importante trabalhar as relações de valores. Por isso, no começo do ano, eu e a coordenadora geral do Colégio Nossa Senhora das Dores, em Belo Horizonte (MG), sentamos para elaborar um projeto antibullying. A nossa ideia era que as atividades não ficassem somente entre os alunos, mas que as famílias também pudessem participar.
Então, para começar, decidimos que seria importante conhecer o perfil dos estudantes, o conhecimento deles sobre os conceitos de bullying e cyberbullying e como era o relacionamento deles nas redes sociais. Nós aplicamos um questionário online, que os estudantes responderam na sala de aula mesmo. As perguntas eram sobre o uso de internet e questões mais gerais sobre o bullying: você acessa internet?, possui perfil no Facebook?, tem conta no WhatsApp?, quantos grupos você tem no WhatsApp?, você sabe o que é bullying e cyberbulying?, entre outras.
Com isso, nós tivemos um resultado surpreendente. A grande maioria de alunos novinhos, de 8 e 9 anos, já tem Facebook e WhatsApp. Foi aí que nós percebemos que precisávamos ficar ainda mais atentas com a questão do cyberbullying.
Remédios como Respeitol foram criados pelos alunos. Acervo pessoal.
Na escola, nós fizemos várias atividades de acordo com o segmento. Do sexto ano ao ensino médio, nós fizemos a “Gincana Sempre Amigos”. As equipes participaram de fóruns de discussão, elaboraram cartazes, apresentaram um teatro, produziram uma paródia musical e fizeram um vídeo interpretando a paródia. Todas as atividades foram relacionadas ao combate do bullying e cyberbullying. No teatro, por exemplo, eles podiam se colocar no lugar do outro e realmente entender a vivência do bullying.
Além disso, nós promovemos um debate argumentativo em sala de aula sobre o impacto da internet na sociedade. Nessa atividade, a sala foi dividida em dois grupos: Grupo A e Grupo B. O grupo A defendeu apenas as vantagens da internet e o grupo B ficou com as desvantagens.
Já os alunos menores, que não participaram da gincana, tiveram outra atividade. Eles fizeram a representação de um remédio. Então pegaram uma caixa, deram um nome e escreveram a bula. Durante esse processo, eles levantaram questões como: para quais sintomas esse remédio é indicado?, como que pode ser curada a doença?, quantas vezes posso tomar esse remédio?, entre outras. Tudo isso como se o bullying fosse a doença. Eles foram levantando e respondendo questões de acordo com os tópicos da bula.
Em paralelo, a gente fez um fórum de discussão com os pais pelo Moodle. Nós construímos uma abordagem de acordo com a idade. Para as famílias do maternal até o ensino fundamental 1, nós perguntamos como discutem a questão do diferente com as crianças. Já para famílias do ensino fundamental 2 e do ensino médio, nós fomos mais diretas, como: caso você perceba que o seu filho está sofrendo algum tipo de assédio virtual, qual seria a sua atitude?, qual é o papel da família, da escola e da comunidade na orientação de crianças e jovens?, entre outras. Esses questionamentos geraram debates no fórum, onde os responsáveis iam contando suas experiências com os filhos.Geralmente, o bullying é muito trabalhado com palestras, onde o aluno mais ouve do que realmente faz. Dessa vez, eles colocaram a mão na massa mesmo, foram atrás e pesquisaram
A ideia de fazer mesas redondas surgiu da própria participação ativa das famílias no fórum. O pai de uma criança, que é pós-graduado em gestão da tecnologia da informação e trabalha com segurança da informação, contou que é muito importante ter esse diálogo desde cedo com os alunos para que eles saibam o que pode e o que não pode fazer numa rede social. Nós também tivemos a participação de uma psicóloga, que é mãe de uma aluna do colégio. Ela abordou as influências do bullying no contexto familiar.
Nós também convidamos uma juíza, que não tem vínculo com a escola, para participar do projeto. Ela topou e veio explicar a questão do cybercrime, falando um pouco das implicações jurídicas nessa área.
Com todas essas atividades, nós percebemos que os alunos ficaram mais atentos uns com os outros. Quando alguém percebe algum comportamento diferente, já fala pra a professora ou traz relatos para a coordenação. Foi uma experiência muito boa pra abrir esse olhar para a questão do bullying e cyberbullying. Nesse contexto, a participação das famílias foi essencial e enriqueceu muito o projeto.
Os alunos também gostaram muito de participar de forma ativa no projeto. Geralmente, o bullying é muito trabalhado com palestras, onde o aluno mais ouve do que realmente faz. Dessa vez, eles colocaram a mão na massa mesmo, foram atrás e pesquisaram, assistiram ao conteúdo pesquisado por colegas e a participação foi muito boa.
Os alunos também gostaram muito de participar de forma ativa no projeto. Geralmente, o bullying é muito trabalhado com palestras, onde o aluno mais ouve do que realmente faz. Dessa vez, eles colocaram a mão na massa mesmo, foram atrás e pesquisaram, assistiram ao conteúdo pesquisado por colegas e a participação foi muito boa.
TEXTO: Fernanda Delizete Madeira e Anna Paula Jorge Jardim
Fonte: Por Vir – Inovações em Educação | http://porvir.org/
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