13 de outubro de 2024
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Instituto de ex-alunos da UFRJ apoia ações contra crimes ambientais

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Foto: UFRJ

Meta é atuar nas áreas de engenharia, matemática e informática

Fundado em 2018 por ex-alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Instituto Reditus administra um fundo patrimonial cujo objetivo é apoiar projetos de alunos da instituição. Em latim, a palavra reditus significa retorno, retribuição.

O primeiro edital lançado pelo instituto distribuiu R$ 100 mil para 12 projetos inovadores de jovens estudantes, entre os quais um drone autônomo para patrulhar e coibir crimes ambientais e uma plataforma de foguetes de sondagem atmosférica para transportar experimentos embarcados. O segundo edital, lançado em agosto deste ano, vai distribuir R$ 300 mil para 17 projetos.

Ele recebeu 55 inscrições, envolvendo 538 alunos, com crescimento de 67% em relação ao primeiro edital. Atualmente, o foco para apoio está centrado nas áreas de engenharia, ciência da computação e matemática da UFRJ, informou à Agência Brasil Henrique Duarte, presidente, um dos fundadores do instituto e ex-aluno de engenharia da universidade. O próximo edital será lançado em agosto de 2022.

Duarte explicou que o modelo de doação (endowment), adotado pelo Instituto Reditus, se caracteriza por receber doações para formar um patrimônio e repassar para os projetos o rendimento obtido por esse patrimônio. “O tamanho de repasse vai depender de quanto a gente consiga captar”. Duarte observou que quanto mais gente doa, mais se consegue repassar e gerar impacto para os alunos da UFRJ e os projetos deles.

Inclusão e equidade

A opção para apoio são projetos que incentivem o desenvolvimento tecnológico e o progresso científico. No edital de 2021, entretanto, a banca formada por ex-alunos e professores da UFRJ selecionou o projeto “Tem mina no circuito”, na categoria inclusão e equidade. “São professores da UFRJ que identificaram que uma das maiores dificuldades para uma mulher de escola pública estar na engenharia da UFRJ é que ela não tem o interesse. Eles visitam escolas para contar um pouco como são a engenharia e os cursos de exatas na UFRJ e depois levam as alunas para conhecerem o campus‘”. Segundo destacou o presidente do instituto, é tecnologia com inclusão e equidade.

O Reditus é um instituto privado, sem vinculação formal com a UFRJ, controlado por cerca de 180 grandes doadores, a maioria ex-alunos da universidade. Grandes executivos estão entre os doadores, como Carlos Brito, ex-CEO da AB InBev, e Sidney Levy, presidente do Conselho de Administração da Valid. A relação inclui Geraldo Tomás e Mariano Gomide, fundadores da VTEX, empresa que acabou de abrir capital na Bolsa de Valores de Nova Iorque; Luiz Fernando Edmond, ex-CEO da AB InBev; e Gilberto Castro, ex-CEO da Estácio, entre outros. Outra grande doadora, criada por ex-alunos da UFRJ, é a Consultoria Viságio. Cerca de dez pessoas doaram mais de R$ 500 mil, cada. “É um quadro bastante grande. Tem muita gente envolvida”, disse Duarte. “É um negócio que só é possível quando você engaja toda a comunidade”.

Turmas

Gilberto Castro afirmou ter comprado a ideia de imediato. ”É muito empolgante poder devolver à UFRJ parte do que ela me ajudou a conquistar e, assim, contribuir para a manutenção de sua história de sucesso”. O fundo patrimonial investe os valores doados por quem já passou pela instituição. Em outubro deste ano, duas turmas de engenharia da universidade, formadas em 1989 e 1997, doaram juntas R$ 1,4 milhão para o Reditus. Em 12 meses, o fundo já arrecadou R$ 10 milhões.

Henrique Duarte afirmou que não há uma meta estabelecida para as doações. “O céu é o limite quando você olha para os endowments‘”. Informou que a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, por exemplo, conta com um fundo de US$ 53 bilhões, e os rendimentos desse montante são responsáveis por sustentar mais de um terço de seu orçamento total. “No longo prazo, essa é a nossa meta”. No curto prazo, a meta era alcançar este ano R$ 15 milhões. Ele considerou, entretanto, que embora esse valor não tenha sido captado, “foi super bom o resultado”.

O presidente do Reditus destacou que, no Brasil, não há costume de serem feitas doações por turma. As duas primeiras reuniram recursos de R$ 700 mil, cada uma, para ajudar os alunos atuais da UFRJ. “É um modelo super interessante. Imagine se cada turma fizesse isso. O endowment cresceria muito rápido. Fica aí a sementinha, a ideia para que esse modelo de doação em turma cresça para ajudar a UFRJ”, sugeriu o presidente do Instituto Reditus.

Fonte: Agência Brasil

Publicado por Abime

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