Pedido de auditoria para apurar cortes no repasse de recursos às universidades federais foi feita pela Procuradora-Geral do Ministério Público junto ao TCU, Cristina Machado. O ministro Augusto Nardes será o relator do processo.
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu abrir uma auditoria para apurar o corte no repasse de recursos às universidades federais. Também será apurada a gestão e a eficiência das administrações das universidades.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (19), durante sessão plenária. A auditoria atende a um pedido feito pela procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU, Cristina Machado.
O ministro Augusto Nardes será o relator do processo. O ministro Benjamin Zymler sugeriu que sejam feitas duas auditorias: uma para apurar os cortes e a gestão dos recursos e outra para avaliar a governança das universidades públicas.
Nardes afirmou que vai levar à sua equipe técnica a sugestão. A definição sobre os moldes da auditoria será tomada após essa avaliação.
As consequências dos cortes de verba do governo nas Universidades Federais
Ainda durante a audiência, os ministros Augusto Sherman e Jorge Oliveira pediram que a auditoria leve em consideração o contexto econômico atual. Sherman disse que as universidades “precisam se adequar à realidade orçamentária do Brasil”.
O ministro Raimundo Carreiro defendeu que a auditoria se debruce também sob o passado, e não somente o presente. Ele sugeriu analisar as gestões das universidades dos últimos dez anos.
Nardes afirmou que todas as sugestões serão analisadas tecnicamente antes da instalação da auditoria.
‘Apagão universitário’
A procuradora-geral do Ministério Público junto ao TCU, Cristina Machado, afirmou que os cortes orçamentários recentes oferecem risco ao futuro da educação superior do país.
Ela chegou a citar o risco de um “apagão universitário”, ou seja, de uma paralisação das atividades das universidades.
“Podemos assistir a um verdadeiro ‘apagão universitário’, que pode repercutir na formação acadêmica de toda uma geração e no avanço científico do país”, destacou a procuradora-geral.
Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o orçamento destinado para as 69 universidades federais neste ano é 18,16% menor que o reservado em 2020.
Isso significa um corte de cerca de R$ 1 bilhão – o que pode afetar as atividades universitárias, segundo a associação.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, divulgou que só tem dinheiro para custeio até julho. A administração anunciou que pode fechar prédios e desativar serviços, entre eles o atendimento a pacientes com coronavírus, feito através do hospital universitário da instituição.
Fonte: G1
Postado por Abime